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CONCURSO GARIMPO 2017 REVISTA DASartes (2018) 

Edição de verão 68 (Janeiro) – Ano 10. Páginas 61-62

Texto: Elisa Maia
 

RICK RODRIGUES

 

O artista capixaba Rick Rodrigues é o vencedor do concurso Garimpo que, na edição de dezembro, teve Patrícia Rebello como a escolhida pelo conselho editorial. A série “Tudo o que não invento é falso” (2016) traz desenhos, bordados, instalações e objetos de madeira ou criados a partir de dobraduras de papel. Um baú, um gramofone, um barco, uma fileira de casas de passarinhos, uma escada muito comprida que leva a uma pequena cama de madeira suspensa no alto da parede, o desenho minucioso de uma casa por onde saem pernas gigantes, pequeníssimos móveis de madeira que parecem compor o cenário de uma casa de bonecas – esses são alguns elementos da iconografia que Rick Rodrigues usa para construir um universo onde suas memórias afetivas infantis são traduzidas com delicadeza e poesia, ganhando por vezes contornos quase surrealistas. Lançando mão de um repertório singular de objetos que referenciam a infância, o sono, os sonhos, sua linguagem opera deslocamentos poéticos capazes de criar um léxico próprio e, nesse sentido, é difícil não pensar no trabalho de Leonilson. A alteração da escala dos objetos contribuiu para a construção de uma arquitetura insólita que só é possível na imaginação. Suas figuras mínimas se beneficiam de uma economia de elementos e cores – alguns desenhos são feitos apenas com uma caneta esferográfica – onde a expansão das lacunas e dos espaços em branco do papel ou dos tecidos confere maior vigor e potência aos objetos representados. Assim como acontece com a memória, no trabalho de Rick Rodrigues, os silêncios instaurados através desses vazios são tão importantes e sugestivos quanto os elementos que eles abrigam.

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